Trabalho “In search of a collective soul” selecionado para o Festival “Catharsis”

Com alguma surpresa e animação, recebi a informação relativa à seleção do meu trabalho “In search of a collective soul” para integrar o International Film Festival «Catharsis», que decorrerá em simultâneo nas cidades de Moscovo, São Petersburgo, Ekaterinburg, Penza, Vladimir, Novosibirsk, Pskov, Vladivostok, Zheleznogorsk do território de Krasnoyarsk e Zaozersk da região de Murmansk de 24 de novembro a 3 de dezembro.

Esta seleção é um conjunto de fotografias da Beira Alta inspiradas no livro “Portugal – o Sabor da Terra” de José Mattoso, Duarte Belo e Suzanne Daveau. O trabalho reflete uma tentativa de compreender o que é ser português, passando por lugares emblemáticos que marcaram a história de Portugal e a nossa memória coletiva.

“Mais um Dia de Vida” (2018)

O filme “Mais um Dia de Vida”  (Another Day of Life) de Raúl de La Fuente e Damian Nenow, uma coprodução entre Espanha e Polónia, é uma adaptação ao cinema  do livro homónimo do polaco Ryszard Kapuscinski (1932 – 2007). Esta adaptação de cerca de 80 minutos tem várias características interessantes, uma é que é composta por 60 minutos de filme em animação e 20 de imagens de arquivos ou entrevistas a protagonistas do filme, dos quais se destaca Farrusco que abordarei mais à frente neste texto.

Imagem do Filme “Mais um Dia de Vida”

Ryszard Kapuscinski, ou Ricardo como era conhecido em Luanda, foi um jornalista polaco, considerado um dos maiores repórteres de guerra do século XX, apesar da controvérsia que envolve a sua obra, caracterizada por muitos como jornalismo literário ou realismo mágico. Porém, ao longo da sua vida publicou diversos livros (estando os mais relevantes traduzidos e publicados em Portugal) dos quais o mais conhecido será o “Imperador”.

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A Batalha da Rússia (1943)

Esta semana vi, finalmente, o documentário “A Batalha da Rússia” (“The Battle of Russia” em inglês), lançado em 1943 por encomenda do Governo dos EUA. Este documentário é, à vista de muitos, o “maior” da série de filmes que integraram o projeto “Why We Fight”, que visava informar e, acima de tudo, motivar a população dos EUA para a guerra contra a Alemanha NAZI.

Assim, este filme possui vários aspetos interessantes. Um desses aspetos prende-se com a apresentação da Rússia e do seu povo como determinantes para o fim do fascismo na Europa. Recordo que este documentário foi encomendado e financiado pelo Governo dos EUA, pelo que para quem não está contextualizado com o período, poderá parecer muito estranho. Isto porque ainda hoje os EUA têm dificuldade em aceitar, oficialmente, o lugar fulcral dos povos da URSS na vitória sobre o nazi/fascismo na Europa, essencialmente devido a divergências que se acentuaram no pós-guerra. Todavia, à altura, interessava mostrar que o exército NAZI, apesar de bem organizado e equipado, não era invencível, de tal forma que a Rússia lhe havia causado (entre mortos e capturados) mais de 1 milhão de baixas.

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