Conforme se pode ler no site da Direção-Geral da Educação[1] (DGE), o Programa Academia Digital para Pais é uma iniciativa da EDP Distribuição – Energia, S.A. em parceria com a DGE, que visa dar a possibilidade aos pais/encarregados de educação, de crianças do 1º e 2º ciclos, de Escolas que integram o Programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), de frequentar ações de formação promotoras de competências digitais. Com este programa, pretende-se dotar as famílias de competências digitais básicas que facilitem o acompanhamento escolar dos filhos e ainda lhes facultem ferramentas de integração, essenciais na sociedade atual. Pretende-se, ainda, combater as assimetrias socioeconómicas existentes, na iminência de virem a ocorrer situações de contingência que obriguem à suspensão das atividades letivas, em regime presencial.
Ou seja, contrariamente ao veiculado em alguma comunicação social e amplamente disseminado por diversos blogues, este Programa não visa ajudar os pais a ajudar os alunos a fazer os trabalhos de casa. O objetivo é capacitar os pais/encarregados de educação para a utilização de ferramentas digitais (como por exemplo email, browsers, etc…) promovendo assim a inclusão digital.
Acho por isso muito estranho que colegas se tenham deixado levar pelo fervor do momento, ou talvez pela ânsia de terem muitas visualizações nas suas publicações, e tenham por isso ignorado a fonte original da notícia, o site da DGE. Não nos podemos esquecer da fundamentalidade do Pensamento Crítico na vida e ação docente.
É certo que neste Programa está previsto que sejam alunos voluntários a dinamizar as formações dos pais, apoiados por docentes e pelas ferramentas (vídeos, textos, propostas de tarefas) desenvolvidas pela Centro de Competência TIC da Universidade de Aveiro (equipa da qual fiz parte, ainda que concisamente, juntamente com a Maria José Loureiro, Susana Senos e David Oliveira) . Ou seja, pretende-se também com este projeto uma envolvência cidadã dos alunos e desenvolvimento de sentido de responsabilidade social dos mesmos. Porém, na ausência de voluntários “juvenis”, serão docentes ou técnicos a dinamizar as formações.
Como funciona?
As ações de formação têm a duração de 8 horas em horário pós-laboral e irão decorrer nas instalações da própria instituição de ensino, podendo participar até duas pessoas por agregado familiar.
Cada escola participante procederá à identificação e seleção dos voluntários formadores, que deverão ser, preferencialmente, alunos que frequentam o agrupamento, com idades entre os 14 e os 18 anos. Poderão, ainda, ser selecionados voluntários junto do grupo dos docentes, técnicos e/ou pais/encarregados de educação da respetiva comunidade educativa para dinamizar esta formação.
Prémios e certificados
Prémios e certificados serão atribuídos às famílias que frequentarem a formação, a todas as escolas participantes, formadores, pessoal docente e não docente envolvidos na iniciativa Academia Digital para Pais.
Quando?
As ações de formação dirigidas a pais/encarregados de educação irão decorrer entre janeiro e março de 2021.
Regulamento
Consulte o regulamento da iniciativa.
Em nota de rodapé acrescenta-se que as escolas TEIP são frequentadas por cerca de 87.500 alunos dos 1.º e 2.º ciclos.
[1] Em https://www.dge.mec.pt/academia-digital-para-pais?fbclid=IwAR3uQWL9sf2YCH1RkRx5T3_YQAK2E_zSygee5mz7sZhkB5e0kq0-AgpLGqk