(Artigo originalmente publicado no blogue do Centro da Criança)
O Chrome Music Lab chegou até mim por mero acaso quando efetuava uma breve pesquisa sobre ferramentas online para Educação. No entanto, assim que experimentei tive alguma dificuldade em sair do website, dado o conjunto de funcionalidades divertidas e interessantes que este apresenta.
Este website, desenvolvido pela Google, permite aprender música de forma divertida e como os próprios autores afirmam, hands-on, que é como quem diz com as mãos na massa.
O website tem um design simples e atrativo, típico da Google. Além do descrito, presenteia-nos com outros aspetos positivos: a gratuitidade do serviço, a possibilidade de ser usado em todos os dispositivos (incluindo tablets e telemóveis) e o facto de ser de código aberto, permitindo a sua utilização no desenvolvimento de outros recursos digitais.
Esta ferramenta pode ser usada em diferentes contextos educativos e com diferentes idades. Entre outros, permite a abordagem a conceitos básicos de música como o ritmo, mas permite também “ver” a música e interpretar o som de forma diferente, nomeadamente através de espectrogramas. Com isto, possibilita a ligação com conceitos de outras áreas como as ciências e a matemática. Aliás, poderá ser uma forma interessante de abordar conteúdos de outras áreas curriculares, nomeadamente a temática do som, de forma inter e transdisciplinar. A este respeito, há diferentes exemplos de utilização desta ferramenta por parte de professores e educadores de diferentes países, aos quais pode aceder através do próprio website do Chrome Music Lab ou utilizando o hashtag #chromemusiclab nas redes soais.
A ludicidade está também muito presente nesta ferramenta, de tal forma que é possível criar música desenhando, exatamente, desenhando! Sendo que numa das secções, designada de Kadinsky (em referência ao artista plástico abstracionista russo Wassily Wassilyevich Kandinsky), é possível criar música com desenho. Cada “pincelada” cria um som, pelo que cada desenho passará assim a ser uma melodia.
Outra opção desta ferramenta consiste em gravar a voz e distorcê-la à posteriori, proporcionando-se assim momentos de bastante animação, mas também uma utilização com uma vertente didática, por exemplo para expressão dramática.
Sem desvendar todas as funcionalidades desta ferramenta, destaca-se a possibilidade de se criar e gravar uma música completa com o “song maker”. Aqui pode gravar vários instrumentos e voz, alterar tempos e, no final, gravar para o seu dispositivo, para mais tarde recordar. Tudo isto sem a necessidade de saber solfejo ou sequer as notas musicais.
A melhor forma de conhecer e perceber as potencialidades desta ferramenta é experimentado e dar a experimentar, mas cuidado para não se deixar viciar, pois pode acontecer que se perca nas diferentes opções e possibilidades, principalmente se tem uma criança por perto.
Filipe T. Moreira