Recentemente, perguntaram-me quem era Stanislav Petrov e porque havia uma dedicatória a este na minha tese de doutoramento. Bem, surpreendeu-me mais o facto de lerem a minha tese do que propriamente a pergunta em si.
Apesar de vários textos, menções, prémios e um filme documentário (que partilho no final do texto), Stanislav Petrov não é propriamente conhecido das massas. Isto, apesar de ter participado e ter exercido influência num acontecimento que envolveu o destino da humanidade. Podemos vê-lo como um anti-herói, em certa medida.
A 26 de setembro de 1983, Stanislav Petrov (1939-2017), então Tenente-Coronel, era o oficial serviço em Serpukhov-15. O centro militar Serpukhov-15 situa-se perto de Moscovo e albergava o centro de comando de satélites de alerta soviéticos, com o nome de código Oko. Os satélites Oko foram desenvolvidos para identificar lançamentos de mísseis balísticos através da deteção da pluma de escape dos motores e complementam outras instalações de alerta precoce, tais como radares Voronezh, Daryal e Dnepr. A informação fornecida por estes sensores pode ser utilizada para o sistema de mísseis antibalísticos A-135 que defende Moscovo. Tendo este sistema soviético sido substituído em 2015 (https://flb.ru/info/27637.html)
Durante o seu serviço, naquele que parecia ser mais um dia normal, o referido sistema de satélites que monitorizava a ação dos EUA (nomeadamente eventuais lançamentos de mísseis do espaço) fez disparar o alarme. Alertando para o lançamento de um míssil nuclear contra a URSS com origem no EUA.
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