Um dos trabalhos que solicitei aos meus alunos de Animação 1 da Licenciatura em Comunicação Multimédia foi que apresentassem uma curta-metragem de animação. Um dos objetivos desta proposta é que através dos pares os alunos ficassem a conhecer artistas, técnicas, estilos e narrativas, no fundo aprofundar a cultura geral sobre a temática.
Recentemente, um dos alunos trouxe-nos a curta Sitara: Let Girls Dream (2020). Esta que é a primeira curta-metragem de animação paquistanesa a chegar à Netflix.
Sitara: Let Grils Dream (Sitara: Sonhando com as Estrelas, em português), apesar de ter arrecadado três prémios no Festival de Animação de Los Angels (Melhor Argumento Produzido, Melhor Música e o Prémio Humanitário), era-me desconhecido. Tecnicamente não é brilhante, mas o objetivo não é nem nunca foi esse. Esta curta lançada, propositadamente, no dia 8 de março de 2020 (Dia Internacional da Mulher) tem como objetivo alertar para as 12 milhões de meninas que todos os anos veem os seus sonhos tornarem-se impossibilidades devido ao casamento.
Sitara foi escrito e realizado pela galardoada cineasta, jornalista e ativista Sharmeen Obaid-Chinoy (paquistanesa). Além da pertinência do tema, este trabalho, que começou a ser produzido em 2012, tem outras particularidades. No decorrer dos anos, a equipa paquistanesa enfrentou múltiplos desafios para criar um filme de animação de alto nível, isto porque no país há pouca educação cinematográfica e, portanto, poucos profissionais de animação e falta de equipamento e software com a qualidade necessários. Tudo foi ultrapassado com persistência, tutoriais do Youtube e ajuda de alguns elementos da Pixar.
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