45 anos da ANDST

Embora continue a entender que não sou merecedor da simpatia, foi com muita honra que recebi (ontem à tarde) das mãos do amigo António Silva (na fotografia abaixo) a medalha comemorativa dos 45 anos da ANDST e respetiva placa em reconhecimento pelos serviços prestados.

A A.N.D.S.T. – Associação Nacional dos Deficientes Sinistrados no Trabalho desenvolve um papel fundamental na nossa sociedade, dá voz aos Sinistrados no Trabalho, que são tantas vezes esquecidos nos corredores das burocracias, mesmo estando Portugal no topo da União Europeia em número de acidentes nos locais de trabalho. Além de dar e ser voz de muitos trabalhadores por todo o país, promove sessões de esclarecimento sobre os direitos dos trabalhadores (tantas vezes desconhecidos dos visados).

Neste setor, as políticas públicas continuar a estar desfasadas da realidade dos trabalhadores. Relembro que entre 2010 e 2014, segundo o Gabinete de Estratégia e Planeamento do então Ministério do Trabalho e Solidariedade Social, registaram-se em Portugal 1.017.552 acidentes de trabalho, dos quais resultaram 899 mortes, tendo-se perdido mais de 27 milhões de dias de trabalho

Na sede da ANDST em Santa Maria da Feira com António Silva

Sitara: Let Girls Dream

Pari com a irmã mais nova (Sitara: Let Girls Dream, 2020)

Um dos trabalhos que solicitei aos meus alunos de Animação 1 da Licenciatura em Comunicação Multimédia foi que apresentassem uma curta-metragem de animação. Um dos objetivos desta proposta é que através dos pares os alunos ficassem a conhecer artistas, técnicas, estilos e narrativas, no fundo aprofundar a cultura geral sobre a temática.

Recentemente, um dos alunos trouxe-nos a curta Sitara: Let Girls Dream (2020). Esta que é a primeira curta-metragem de animação paquistanesa a chegar à Netflix.

Sitara: Let Grils Dream (Sitara: Sonhando com as Estrelas, em português), apesar de ter arrecadado três prémios no Festival de Animação de Los Angels (Melhor Argumento Produzido, Melhor Música e o Prémio Humanitário), era-me desconhecido. Tecnicamente não é brilhante, mas o objetivo não é nem nunca foi esse. Esta curta lançada, propositadamente, no dia 8 de março de 2020 (Dia Internacional da Mulher) tem como objetivo alertar para as 12 milhões de meninas que todos os anos veem os seus sonhos tornarem-se impossibilidades devido ao casamento.

Sitara foi escrito e realizado pela galardoada cineasta, jornalista e ativista Sharmeen Obaid-Chinoy (paquistanesa). Além da pertinência do tema, este trabalho, que começou a ser produzido em 2012, tem outras particularidades. No decorrer dos anos, a equipa paquistanesa enfrentou múltiplos desafios para criar um filme de animação de alto nível, isto porque no país há pouca educação cinematográfica e, portanto, poucos profissionais de animação e falta de equipamento e software com a qualidade necessários. Tudo foi ultrapassado com persistência, tutoriais do Youtube e ajuda de alguns elementos da Pixar.

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