Na semana passada tive a oportunidade de apresentar a aplicação OH!Bug na Conferência “New Media Pedagogy” que decorreu online (https://sites.google.com/view/nmp-2022-conference/home-page). Decorrente desta apresentação, surgiu o convite para a publicação de um artigo sobre a temática da utilização de aplicações móveis para potenciar o interesse e conhecimento dos mais novos relativamente à natureza, neste caso em particular às plantas.
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Génese e evolução do conceito de Desenvolvimento Sustentável
La educación para la sostenibilidad persigue, en definitiva, lograr una profunda revolución de las mentalidades (Vilches, Gil, Toscano e Macías, 2014)
Nos discursos políticos e educacionais, assiste-se hoje a uma popularização do termo Desenvolvimento Sustentável (DS), embora pareça não haver acordo nos significados que lhe são atribuídos (Costa, 2013). O DS surgiu num contexto externo à educação, todavia “a identificação da importância da educação para a promoção de uma forma de desenvolvimento mais sustentável é quase imediata” (P. Sá 2008, p.42). A associação do DS com a educação também não reúne consenso, pelo que julga-se pertinente analisar a emergência do conceito e clarificar o termo Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS).
A consciencialização do impacte ambiental fruto do crescimento económico terá surgido pela primeira vez no Relatório do Clube de Roma (1972), severamente criticado por defender que a sustentabilidade da vida na Terra seria o crescimento zero da economia e da população. Realizado com base nos resultados de um programa computacional que previa que a capacidade de manutenção do planeta seria excedida nos 100 anos seguintes, o relatório tinha como grande limitação o facto de não considerar a possibilidade das inovações tecnológicas poderem minimizar os impactes do crescimento económico e/ou populacional.
O conceito de DS surgiu anos mais tarde na Declaração de Cocoyoto (1974), começando a circular na esfera pública apenas em 1980 com a publicação do World Conservation Strategy (1980). Baker et al. (1997) e P. Sá (2008) corroboram a ideia de que a principal limitação do conceito apresentado nesse documento era a focalização na sustentabilidade ambiental, excluindo do primeiro plano os aspetos sociais e económicos. Volvidos sete anos, surgiu uma nova perspetiva veiculada pelo Relatório de Brundtland (1987) que defendia a compatibilidade entre a proteção ambiental e o crescimento económico, assim como a reflexão acerca da operacionalização de formas de desenvolvimento ambientalmente sustentáveis (WCED, 1987; Reid, 1995; Baker, 2006 mencionado em P. Sá, 2008). Neste documento, DS é definido como “desenvolvimento que consegue dar respostas às necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das futuras de responderem às suas” (WCED, 1987,p.43) e, quase trinta anos depois, esta definição ainda prevalece.
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