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A maior chaminé da Europa

Chaminé de Trbovlje (fotografia retirada da Wikipedia)

A maior chaminé da Europa fica em Trbovlje (Eslovénia) e tem cerca de 360 metros de altura. Esta chaminé construída em 1976 integra o complexo da antiga central elétrica de Trbovlje, nas margens do rio Sava, desativada em 2014. A central elétrica original foi ali instalada em 1915, sendo que na década de 1960 sofreu profundas alterações e modernizações. Esta versão mais recente era composta por duas unidades, uma unidade a vapor e a outra a gás.

Relativamente à chaminé, esta foi construída apenas na década de 70 e é ainda hoje a sétima mais alta do mundo. A detentora do recorde continua a ser a chaminé da central elétrica Ekibastuz no Cazaquistão, construída na década de 1960, tem uns incríveis 419 metros de altura (http://www.gres2.kz/index.php?view=3).

Após a desativação da central elétrica de Trbovlje (em 2014), os escaladores Domen Škofic e Janja Garnbret (considerados os melhores escaladores do mundo) tiveram a ideia de ali criar a mais longa rota de escalada artificial do mundo. No final de 2020 conseguiram realizar esse sonho, contando com o apoio da Red Bull. O processo de criação da rota de escalada culminou com a realização de um pequeno documentário, que pode ser visto aqui: https://www.redbull.com/gb-en/climbing-europes-tallest-chimney-trbovlje-slovenia.

Quando assistirem às imagens da escalada, os fãs de Dragon Ball vão, certamente, lembrar-se da aventura de Son Goku na escalada da torre Korin. Bem, talvez no cimo da chaminé de Trbovlje não haja feijões mágicos, mas a sensação não há de ser muito diferente.

A Revolução Portugueza – O 31 de janeiro (livro de 1912)

Andava em pesquisa sobre o 31 de janeiro de 1891 e acabei por encontrar o livro “A Revolução Portugueza – O 31 de janeiro” de Jorge d’Abreu (1878-1932), publicado em 1912, cuja leitura recomendo. Tratando-se de um livro publicado em 1912 está já “aberto” pelo que está disponível em várias plataformas, deixo aqui o acesso ao mesmo na plataforma do projeto Gutenberg – https://www.gutenberg.org/files/29484/29484-h/29484-h.htm.

O autor (Jorge d’Abreu) foi um jornalista que se identificava com a causa Republicana, podem consultar a página na Wikipedia para saber um pouco mais sobre o mesmo: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jorge_de_Abreu. Alem deste livro publicou dois anos antes da sua morte o “Bohemias Jornalisticas”[1].

No entanto, o que me fez avançar com a leitura desta descoberta do acaso foi precisamente a forma como o autor decidiu começar a sua obra. Ou seja, com a referência das palavras que um soldado envolvido na revolta proferiu ao presidente do tribunal de guerra, no ato do julgamento e que aqui transcrevo:

“… Eu, meu senhor, não sei o que é a Republica, mas não póde deixar de ser uma cousa santa. Nunca na egreja sentí um calafrio assim. Perdí a cabeça então, como os outros todos. Todos a perdemos. Atirámos então as barretinas ao ar. Gritámos então todos: —Viva! viva, viva a Republica!…”

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“Mais um Dia de Vida” (2018)

O filme “Mais um Dia de Vida”  (Another Day of Life) de Raúl de La Fuente e Damian Nenow, uma coprodução entre Espanha e Polónia, é uma adaptação ao cinema  do livro homónimo do polaco Ryszard Kapuscinski (1932 – 2007). Esta adaptação de cerca de 80 minutos tem várias características interessantes, uma é que é composta por 60 minutos de filme em animação e 20 de imagens de arquivos ou entrevistas a protagonistas do filme, dos quais se destaca Farrusco que abordarei mais à frente neste texto.

Imagem do Filme “Mais um Dia de Vida”

Ryszard Kapuscinski, ou Ricardo como era conhecido em Luanda, foi um jornalista polaco, considerado um dos maiores repórteres de guerra do século XX, apesar da controvérsia que envolve a sua obra, caracterizada por muitos como jornalismo literário ou realismo mágico. Porém, ao longo da sua vida publicou diversos livros (estando os mais relevantes traduzidos e publicados em Portugal) dos quais o mais conhecido será o “Imperador”.

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