Muito se tem falado sobre a realidade dos EUA relativamente à Covid-19, isto porque é o país como maior número de infetados (a caminho dos 11 milhões) e de mortes registadas (ultrapassando as 245 mil). Todavia, se analisarmos os dados por 100 mil habitantes podemos concluir que a Bélgica tem dados piores.
A Bélgica tem 5,386 infetados por 100 mil habitantes, enquanto que os EUA têm 3,334. Recorde-se que a população da Bélgica é de cerca de 11,46 milhões. Relativamente a vítimas mortais, os EUA, com uma população global de cerca de 328,2 milhões, registam 75 mortes por 100 mil habitantes, enquanto que a Bélgica regista 125.
Na Europa, relativamente ao número de infetados por 100 mil habitantes, apenas Andorra regista piores valores do que e a Bélgica com 7,4 infeções por 100 mil habitantes. Andorra, apesar de ter apenas cerca de 77 mil habitantes, regista mais de 5 mil infeções.
“O fanatismo é a essência perene da natureza humana, o ‘gene mau’.”
(Amos Oz)
Conheci Amos Oz em 2007[1] aquando da publicação do “How to cure a fanatic” numa coedição da ASA Editores e do Público traduzida por Henrique Tavares e Castro. Nesta edição de bolso o título é “Contra o fanatismo”.
Apesar de já falecido, Amos Oz (1939-2018) é apontado por diversas fontes como o escritor mais influente de Israel (embora não se possa ignorar a crescente influência de Yuri Harari, ainda que em registos distintos), tendo colecionado várias distinções ao longo dos anos. Em 2002 seria mesmo indicado ao prémio Nobel da Literatura e chegou ainda a ser, por diversas vezes, mencionado como candidato ao Nobel da Paz.
Considerando que a sua obra se tende a fundir com a sua vida, confesso que ainda hoje conheço mais do seu percurso pessoal e político do que propriamente o literário que se traduz em 40 livros e em cerca de 450 artigos. No entanto, não posso negar a influência que a leitura do “Contra o Fanatismo” teve em mim, especialmente numa altura em que me preparava (a vários níveis) para integrar uma Missão de Paz da ONU no Líbano enquanto militar do Exército Português.
A leitura do ensaio “Contra o Fanatismo” foi o meu ponto de partida para conhecer o outro Estado de Israel. Um país com antagonismos de pensamentos e visões que em muito extrapolam a religião. Na altura, os meios de comunicação a que tinha acesso não me permitia perceber que existiam movimentos que defendiam uma política diferente da levada a cabo pelo Governo israelita e que havia (e há) uma Israel que procura o seu espaço através da paz e da coexistência. Com esta obra percebi também que os conflitos não são binários e que a moderação e o diálogo são ferramentas muitas vezes desvalorizadas nos media internacionais.
Num tempo de polarização, como o que vivemos hoje, fortemente impulsionado pelas redes sociais (que tendem a levar os utilizadores a sentir o efeito de falso consenso) a leitura crítica do “contra o fanatismo”, mas também dos vários ensaios de Amos Oz deveria ser fortemente encorajada.
A Semana Europeia do Códido (#CodeWeek) – 10 a 25 de outubro – está quase a terminar. Para celebrar, esta sexta-feira, na Academia de Código, Robótica e Gaming da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro estivemos a programar em Scratch o jogo Crazy Cat. Neste jogo, a personagem principal é controlada através dos movimentos do jogador que são detetados pela webcam do computador, conforme podem ver no vídeo abaixo.
Para experimentarem o jogo basta seguir este link: https://scratch.mit.edu/projects/440422958. (Possivelmente, terão de dar permissão para que o site aceda à webcam do vosso dispositivo)